quinta-feira, 29 de julho de 2010

Só hoje me dei conta

 




Perdi o tempo que me era livre
Buscando, tola, a liberdade que não existe.

Às vezes perder-se é o melhor caminho.






terça-feira, 27 de julho de 2010

Surpreenda

Não se precipite
Não despenque deste precipício
Deixe a pressa passar.

Não perca a calma.
Perca as chaves, o controle,
Só não perca a chance de fazer tudo mudar.

Está nas suas mãos a possibilidade
Está ao seu alcance a oportunidade
Permita que o tempo pare.

Enquanto os olhos piscam
Muitos detalhes passam desapercebidos
Olhe ao seu redor, perceba, sinta
Observe

Surpreenda.

Só não se prenda àquilo que não vale.
Há pena, há perdão, amor ainda há
Se você souber olhar 
Se você quiser e buscar
Se aceitar ir tão longe,onde poucos vão.
Se você ainda puder seguir seus sonhos, sua intuição.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Catch a fire.

Elos frágeis, cedo ou tarde, acabam por se romper.
Estava frio e num súbito de loucura, não pude me deter.
Incendiei.
Exatamente, incendiei.
Toquei fogo em tudo que não valia a pena.
Num sortilégio antigo, libertei-me.
Juntei todas aquelas velhas lembranças empoeiradas e emboloradas e fiz uma bela fogueira.
Tomei cuidado para não me esquecer de nada que pudesse servir para alimentar o fogo: mágoas passadas, lindas histórias frustradas, amigos fantasmas, desilusões, desamor.
Aproveitei para me livrar inclusive das falsas palavras, dos cínicos sorrisos, da postura discreta que cretinamente tentam nos impor a adotar.
Queimei tudo.
Todas as dores do mundo, todos os horrores que a minha alma trazia guardados no fundo, num fundo falso.
Queimei e depois soprei as cinzas, para que o vento com elas levasse qualquer vestígio ou sinal daquilo que já não me cabe, que me traz asco, que me faz mal.
E vi que o peso diminuiu, meu coração anda mais leve.
E a partir de agora tudo que não me fizer bem, mesmo que seja um mal breve, queimarei sem dó nem delongas.
Incendiarei.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Não por acaso

Eu estou aqui
E não é por acaso
Que eu vim
Ao teu encontro
Teu peito, teu quarto.

Vim porque ao teu lado
Sei que tudo está certo,
Pois com você meu mundo
É como um oásis em meio ao deserto
E só assim meu dia tem sentido.

Basta teu sorriso
Para vida se encher de cor
Só preciso estar contigo
Para ter certeza de que a vida
É muito mais bem vivida
Quando se é possível morrer de amor.

domingo, 18 de julho de 2010

Procura-se

Procuro por mim mesma, que perdi não sei onde, nem com quem, nem por que.
Sei que hoje de manhã, não me achei;
Revirei a casa toda, os armários,
Vasculhei os baús empoeirados, onde guardo as lembranças;
Até nos cantinhos escuros,
E nem sinal de mim.

Se alguém encontrar por aí alguma pista, detalhe, sinal, por favor, avise-me, com ligeireza.
Pois, talvez, um pouco de demora que seja, pode ser fatal.





segunda-feira, 12 de julho de 2010

Desabafo

       Mais do que nunca, eu preciso curar essas dores, e o primeiro passo é um bom desabafo seguido de choro, um abraço e uma xícara de chá bem quente, para confortar a alma e acalmar o coração.
       O silêncio falou-me alto em meu sentimento, uma resposta inesperada, inexplicável, sonora, fria... 
       Você saiu e esqueceu de fechar a porta, não olhou para atrás. O frio veio com a madrugada, a insônia, a ausência, a necessidade de você, da sua voz, suas brincadeiras para camuflar sua insegurança, seu cheiro, sua pele. Seu riso fácil, seu riso certo...
      Disfarço, rio, e na verdade, deserto.
      Não há o que fazer, senão me acostumar a não te ter mais por perto. De longe permanecerei altiva, falsamente imune às expectativas dos que esperam me ver sofrer e, na espreita, ficam. Quem se aproximar verá, porém, que nada mais é como foi, eu não sou mais quem era.
     E o tempo vai passar,  a vida permanecerá seguindo seu curso, conquistarei outros rumos, ultrapassarei os muros, o vento continuará a soprar. Em pouco tempo, garanto, nada mais restará de você em mim, apenas as minhas lembranças, que já nem sei se quero mais lembrar.

domingo, 11 de julho de 2010

Sem que me desse conta.

Li, nos teus olhos, a lembrança amarga de doces tempos.
Tempos estes em que éramos ingênuos, imaturos, felizes...
Quando eu sabia que te tinha, longe ou perto,
Quando era certa a tua presença nos meus dias de loucura ou sobriedade.

O tempo passou, como tudo sempre passa,
A vida seguiu,
O destino cotinuou seu traçado.

Nossos caminhos não se cruzam mais
Nossos planos não são mais os mesmos.
E a imprevisibilidade dos fatos ficou amortecida na correria do dia-a-dia.

Perdi-te e nem vi.
Perdemo-nos sem nos notar.
E a distância que nos separa, seja ela apenas física ou não,
Trouxe-me hoje essa angústia
De, simplesmente, não saber de ti.

Nossa canção que era suave,
Nossa paixão que era forte,
Foi-se embora e me deixou sem norte,
Sem chão, sem direção.