segunda-feira, 12 de julho de 2010

Desabafo

       Mais do que nunca, eu preciso curar essas dores, e o primeiro passo é um bom desabafo seguido de choro, um abraço e uma xícara de chá bem quente, para confortar a alma e acalmar o coração.
       O silêncio falou-me alto em meu sentimento, uma resposta inesperada, inexplicável, sonora, fria... 
       Você saiu e esqueceu de fechar a porta, não olhou para atrás. O frio veio com a madrugada, a insônia, a ausência, a necessidade de você, da sua voz, suas brincadeiras para camuflar sua insegurança, seu cheiro, sua pele. Seu riso fácil, seu riso certo...
      Disfarço, rio, e na verdade, deserto.
      Não há o que fazer, senão me acostumar a não te ter mais por perto. De longe permanecerei altiva, falsamente imune às expectativas dos que esperam me ver sofrer e, na espreita, ficam. Quem se aproximar verá, porém, que nada mais é como foi, eu não sou mais quem era.
     E o tempo vai passar,  a vida permanecerá seguindo seu curso, conquistarei outros rumos, ultrapassarei os muros, o vento continuará a soprar. Em pouco tempo, garanto, nada mais restará de você em mim, apenas as minhas lembranças, que já nem sei se quero mais lembrar.

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