quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tempos de entendimentos.

O tempo, a distância, 
Esses sim, 
São reis em decretar a mudança,
Em tornar suave a lembrança
Da dor que outrora me fazia chorar.
A saudade que hoje nem faz sentido,
Os sentimentos que não me preenchem mais
Muito menos me atormentam se pressinto
O que um dia já foi perigo:
Olhar teus olhos;
E, de repente, não te querer mais.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Luz, como você me disse.

Me faço luz para refletir,
Estrela,
Me faço som pra soar.
Fagulha, cisco, centelha
Pequena, miúda,
Faceira
Um grão de areia neste imenso mar.

Corro, grandes riscos,
Lutando contra o medo de arriscar.
Passou da hora,
Vou-me agora, pois
É tempo de mundanças, andanças
Mudar

A roupa, a casa, o disco
A cor, a flor, o amor.
Andar sem parar para pensar
No que ficou, no que restou.

Carrego apenas a promessa
No coração, paz,
Vou tranquila, já, sem pressa,
Fazendo prece, fortalecendo,
Brilhando a esperança, no olhar.

Seguindo sem preocupar,
Agindo antes mesmo de falar,
Transmitindo
A firmeza que a certeza me traz.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Borboleteando.

Ousei.
Voei todos os céus, 
Cada canto do mundo,
E se hoje aqui me encontro,
Se vim ao seu encontro,
Foi porque meu coração me indicou este lugar.
Não nasci para te agradar,
Nem perco tempo querendo te enganar.
O que não está ao meu alcance,
Busco,
E não me canso enquanto não alcançar.
Ainda não sei o que a vida me reserva,
Ainda não sei o que me espera,
Mas sei que já é quase primavera,
Logo começam as noites de quimeras,
Lua exata,
Tempo certo,
De minha semente plantar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Andanças.



Objetivos, metas, intentos.
Invento.
Busco,
Canso, não descanso, nem lamento.
Tento.
E um dia consigo,
Pois persisto
E insisto
Em alcançar
O que pretendo
E não me prendo
Àquilo que me fere
Ou se refere ao que não me faz sentido.


"Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Equilíbrio.

Apesar de racional, sou mulher,
Logo, emoção é o que não falta,
E a insegurança sempre me assalta
Mesmo tendo muita fé.
Vivo na corda bamba,
Me equilibro,
Louca e santa,
Entre a praticidade e a emoção
Entre a intensidade e a pretensão
Que minha razão ousa, noite e dia, em afirmar.
Sou mistério até pra mim
Complexa,
Silêncio e trovão
Calmaria e vulcão
Yn Yang
Doce e sal,
Mas só se olhar bem de perto poderá observar.
Tenho em meu caminho muita terra para andar
Muito fogo pra queimar,
Oceanos pra fluir, vendavais pra acalmar.
Sol e Lua
Céu e mar.
Bruxa, fera, anjo, mulher.
Por fora sóbria, calculista, fria, por dentro chama, ebulição, ígnea.
Busco, incansável, paz, sabedoria,
A compreensão que disperse esta agonia
A certeza que trago em mim, poesia
Que enquanto distraem-se os opostos, atraem-se os dispostos,
Que se encontram pra se completar.