sábado, 30 de outubro de 2010

Sigo.


E eu?

Eu me agarro ao que tenho
Minha fé, minha luta, minha garra
Aceito o desafio e vou em frente
Tenho medo, mas mesmo incerta
Vou contente
Pois tenho um sonho 
E ele vale à pena
E minha estrada
Meu caminhar
É a minha recompensa,
Continuar, minha sina
Apesar de todo e qualquer pesar,
Não desanimar
Buscar meu intento.
Invento uma rota e vou à luta
Mantendo no rosto o sorriso
Que às vezes luto para conquistar
Mas conquisto
E sigo
E sempre sigo, 
Persisto
Tocando em frente.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Criem-se laços, desfaçam-se Nós.

Criem-se os laços
Desfaçam-se os nós
Pois não se pode prender
Aquilo que não se pode ter
Não se pode perder
O que nunca foi próprio
Não se pode acabar
O que não teve início
Nem relembrar
O que não foi vivido.
Deixe de lado as amarras
Deixe ir embora
O que não faz sentido
O que foi partido,
Como o cristal,
Não se cola
Nem se consola
Um sentimento
Que já foi bonito.
Acorda,
Desamarre as cordas
Que te impedem de continuar.
Ganhe asas
E não se esqueça de voar...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Calo.

Calo
Pois não há nada que possa dizer
Ou fazer para transformar o que pensas
Porque não depende de mim, mas de você
Para que mudes
A tua realidade, para esquecer as ofensas
Que foram ditas
Da boca para fora
No calor do momento
Que passou
E agora?
O que fazer para apagar o que não se apaga
Como afagar, se a mão agora cala
Um sentimento
Que se desfez.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

.

Que eu não endureça, mesmo convivendo com a frieza dos homens que não tem fé.
Que por mais difícil que pareça, eu não me entristeça nem pereça com toda a injustiça que vejo acontecer ao meu redor.
Que minha verdade não se cale, que a minha esperança se espalhe e que a hipocrisia não faça parte da lista dos meus muitos defeitos, com os quais preciso conviver para viver em paz comigo.
Que eu permaneça, por mais complicado que seja, focada nos meus sonhos, e que o medo do abandono, não me assalte nem por um segundo.
E que a ternura me abasteça com sua beleza e serenidade e que o rancor que apodrece, seja em longa ou breve idade,  nunca se instale em meu bobo, sábio, louco, poderoso e às vezes frágil coração.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ouse.


Perdemos muito tempo da nossa preciosa vida preocupados em demasia com a aceitação alheia. Não nos conhecemos, não nos buscamos. Permanecemos molhando apenas as pontas dos pés, ao invés de mergulhar fundo. Continuamos sendo o rebanho do consumo.
Consumimos amor, produtos de beleza, barras de cereal com gosto de coisa nenhuma,  amigos instantâneos, namorados por encomenda.
Vivemos bitolados  com trabalho, com o corpo, emagrecer, malhar, endurecer, não deixar cair, nem enrugar.
Brigamos contra o tempo o tempo todo, tentamos impedi-lo passar.  Queremos permanecer jovens o mais possível. Queremos deixar de ser criança o quanto antes.  E não mais respeitamos a sabedoria que a velhice traz embutida em meio aos cabelos brancos.
E é aqui que está o paradoxo. Adiantamos o nosso processo de amadurecimento - amadurecimento? -, ao mesmo tempo que criamos crianças precoces que aprendem que é preciso lutar contra o tempo, antes mesmo de vê-lo passar.
Estamos carentes.
Cada vez mais carentes, principalmente de atenção.
Família estruturada (mesmo que nem tão estruturada assim, porque família é família, não há como negar) hoje é artigo raro e felizes são os que ainda podem contar com o apoio dos pais, avós, irmãos. Os psicólogos viraram os nossos pais e mães, e o lexotan nosso melhor amigo. 
Pois amizade também, daquelas antigas, quando amigo era para alegria e tristeza, não só pra ir pra balada e tomar cerveja, não se encontra fácil por aí, não mais.
Não confiamos em ninguém além, nem em nós mesmos.
Deus então? Coitado, sofre e é um bocado com essa nossa confusão.
E esquecemo-nos de nos aceitarmos, imperfeitos, inseguros, desastrados como somos.
Doses homeopáticas de liberdade não são suficientes para alcançar a verdadeira dimensão da paz.
Nossos sonhos precisam de um pouco de loucura para serem realizados.
Se você não arrisca, perde a maior graça da festa.
Ria da mediocridade dos que não se permitem ser, e apenas baseiam os seus dias no obter.
A conta bancária da felicidade cresce a partir do momento que você deposita um centavo que seja a mais de ousadia. Ousadia para largar tudo; ousadia para agarrar com todas as forças, as chances que aparecem pelo nosso caminho.
Não tenha medo.
Não se limite. Vá em busca. Vá em frente. 
Até porque, atrás, vem gente, e o mundo não para de rodar se você não se decide.