quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ciclos.



Nossa vida é formada de ciclos. Alguns pequenos, outros grandes. Alguns que a gente percebe e sente, outros pelos quais passamos e nem nos damos conta. Por mais que se reme contra a corrente, tudo tem um início, um meio e um fim, e é preciso saber lidar com cada uma dessas etapas; cada uma delas está contida no ciclo e cada ciclo está conectado com outro ciclo, num ciclo que um dia chegará ao fim.
Nem sempre sabemos em que estágio do ciclo estamos, até porque não é fácil mesmo. Às vezes o que pensamos ser fim, pode ser apenas um começo, entretanto, algumas vezes pensamos estar apenas iniciando quando na verdade estamos, não sabemos, mas estamos, próximos do fim.
O que pode ser bom. Quem foi que disse que o fim é um lugar ruim? Todo fim traz em si o germe do recomeço. Todo recomeço traz na sua bagagem a necessidade de mudança. Temos tendência à resistência, não gostamos de alterar a dinâmica. Preferimos, muitas vezes, permanecer na inércia, não queremos sair da posição de comodismo.
Olhar cara a cara, frente a frente, encarar o que precisa ser encarado, mudar o que passou do tempo e tem que ser mudado, desfazer preconceitos, criar e melhorar conceitos, é preciso. Dá trabalho, mas é preciso. Ninguém disse que seria fácil, mas vale a pena, no fim das contas, valerá o esforço empregado.
Apesar de necessário, nem sempre é fácil recomeçar. Há mudanças que exigem coragem, que exigem cautela, que exigem cuidado. Exigem que passemos por processos demorados até que enfim, de repente, nos percebamos mudados, sem que, muitas das vezes, tenhamos ao menos notado.
Mudanças exigem muito de nós. Exigem que desfaçamos alguns nós, refaçamos outros tantos laços, exigem tanto de nós que nem sempre nos dispomos a transpor, a passar por tantos percalços; mudanças difíceis, duras, mas que nos fazem crescer muito, nos tornam pessoas menos verdes, mais maduras. Nos fazem valorizar pequenos gestos, singelezas; momentos que passavam antes despercebidos, passam a ser por nós avidamente esperados, queridos, e isso se deve às mudanças.
Às vezes é preciso fazer as malas, percorrer grandes distâncias; outras tantas basta olhar pra o lado, simplesmente parar um pouco, criar raízes. No início, no meio, no fim, sempre, de algum ciclo, estamos, entrando ou saindo. E temos que aprender a mudar, a recomeçar, a chegar ao fim, ou esperar que o fim chegue e traga em si um novo começo.