domingo, 7 de novembro de 2010

Seja paciente, seja sapiente.

Hoje vou mudar um pouco as coisas por aqui. Vou deixar minha queixa, meu protesto, pois me nego a ver tanto absurdo e ficar calada. Hoje eu estou é indignada com tanta falta de amor. Cria, iludida, ingênua, utópica, que tinha escolhido uma profissão que valoriza o ser humano em sua complexidade, em seu universo de diferenças, pensamentos, cultura. 
Infelizmente, entretanto, hoje me surpreendi, mas não sem espanto, com a falta de humanidade que vi. A desumanização da área de saúde é fato, concreto, facilmente perceptível. As pessoas só se preocupam com o método, com que linha seguir. Pouquíssimos ainda ouvem, ainda enxergam, ainda pensam no paciente. Paciente este, um mundo a ser descoberto, respeitado, conhecido. 
Antes de escolher entre a teoria de Fulano de Tal ou de Sicraninho de Harvard; por que não olhar nos olhos do paciente que está bem na sua frente, doido para falar?
Olhar nos olhos minha gente, e não só ouvir, mas escutar. Compreender, permitir-se tentar ser um profissional além daqueles receita de bolo, pois destes saem milhares todos os anos das universidades. Buscar ser alguém além, como sempre digo: "Alguém além do superficial". Perceber que ninguém é igual, e todos querem sentir que são importantes. Então por que não, vocês que se dizem terapeutas, de todos os tipos (e não me excluo, pois serei também um dia, fisio - mas também - terapeuta), não passam a enxergar além da própria vaidade e ganância, as pessoas que chegam a vocês como pacientes? Seja paciente, seja sapiente, com o seu paciente.
Cabe a quem tem consciência, mudar, e fazer a diferença com a sua atitude. Não custa ser gentil, amoroso, delicado. Só faz bem à saúde e à alma de quem cuida e de quem é cuidado.

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