
Incoerente, assim tenho vivido, discordando do que crê minha mente, para mim mesma mentindo. Criei uma mentira indecente, uma liberdade inalcançável, impossível, inexistente. Liberdade não! Queria crer que fosse, mas bem longe disso, criei uma muralha, uma ilusão, que me prende no porão onde guardo os medos meus, minha prisão. Mas por mais sagaz, por mais voraz que seja o meu medo, por mais que eu trave e disfarce segredos, não estou imune a nada. Mesmo travada encontro-me exposta e basta um tantinho de atenção, um olhar mais profundo que seja, minha farsa fica clara, cai a máscara, acaba a brincadeira. E de repente, o medo se vai, e simplesmente a certeza me trai.
Mas quem disse que é ruim? É bom, é ótimo, é muito melhor para mim. Meu coração sorri e agradece, finalmente, eu sei, foi atendida a minha prece e não há porque nem o que temer. É chegado o tempo de colher, é chegada a hora de replantar, mais uma vez, está na hora de faxinar, abrir espaço para o amor que não mais que de repente pede espaço para entrar.