quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Desencane

Me diz o que é que você sente, me diz por que assim, tão de repente, num repente, chorou.
Me diz o que passa aí na sua mente, o que o seu coração, latente, reclama, meu amor.  Não precisa ser assim tão forte o tempo todo sem parar, como todo ser humano, em algum momento faz-se necessária uma pausa dessa luta, é preciso descansar.
Desencane, não encane assim porque não sabe o que quer, você que agüenta todo essa luta, que todo dia labuta e nunca para pra se questionar. Reflita um pouco sua vida, pense o que vale a pena pensar. Não pene tanto, nem tenha pena de você, mas procure entender, também de carne e osso, como todos somos, é feito você.  
Se precisar, tem aqui um abrigo, não precisa brigar, chorar é sinônimo de humanidade e fraqueza é se conformar.  Se não houver nada a ser dito, pode calar, mas se falar for preciso, não precisa mensurar. Não há quem saiba de tudo, nem quem não precise de alguém, se por acaso for oportuno, permita-se ser de alguém, além de ser só de você, de vez em quando, eu garanto, faz bem. Porque para ser feliz é preciso compartilhar, é preciso amar, e para o seu bem eu te digo: se tem asas, permita-se voar. 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É preciso

 
Talvez você não compreenda, é mesmo difícil compreender, pois até hoje eu nunca encontrei o que pudesse me prender. Liberdade é meu lema, meu vento, meu barco. Não é que eu tema, mas me perder é o que dificilmente faço. Sigo minha reta, meu rumo, meu traço, corro atrás, não deixo para depois, nem acredito em nunca, eternamente, para sempre ou jamais.
Pelo caminho onde passo, deixo as marcas dos meus passos, toco em frente, mas de vez em quando acabo olhando para trás. Relembrar é preciso e a saudade, às vezes, bate e não nos deixa continuar em paz.
Mas é preciso seguir, é preciso sorrir, é preciso viver. É preciso inclusive perder, para aprender a vencer. É preciso também sofrer, tomar quedas, para saber que é possível se reerguer. É preciso saber o que é precioso, preciso, qual a direção que te dá o sentido, pra onde o seu coração aponta no horizonte.
E é por isso que sigo, para onde quer que minha bússola aponte, vou adiante, e quem sabe eu permaneça ao alcance, ou  vá para longe demais; quem sabe volte cedo ou nem volte mais...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sorri

Que eu seja capaz de sorrir. Esse atualmente tem sido meu mais forte, frisado e atendido pedido, dos tantos que pedi, de tantos que obtive resposta. Por tantas vezes que com a sorte tentei fazer apostas, de tantos momentos que sofri, cai do cavalo, mudei as perguntas e as respostas, algo muito forte permaneceu em mim: minha alegria, meu coração dizendo sim. E até pouco tempo, não entendia a dimensão dessa dádiva, não calculava a imensidão do presente, que sou grata; apesar de tudo e, inclusive, durante batalhas, certamente, sorri.
Já sorri para camuflar lágrimas, para não mexer em feridas não-cicatrizadas, para não dizer um não, para não dizer um sim. Já sorri de mentira, já sorri de verdade, já sorri até quando metade de mim não entendia porque, sorri. Sorri ao cair, ao levantar. Sorri ao partir, sorri ao chegar, sempre sorri. Sorri do meu jeito, meus defeitos, meus conceitos e preconceitos, sorri de mim. Sorri de você. Sorri quando não haviam palavras para dizer. Sorri quando o silêncio queria dominar. Sorri quando não sabia o que fazer. Sorri porque, apesar do desânimo, queria te animar. Sorri para não deixar se apagar dentro de mim a chama que se chama fé, que me ergue, me guia, ilumina, me põe de pé e sempre dá um jeito de me fazer encontrar motivos para sorrir.